terça-feira, 1 de setembro de 2009

O que fazer quando se está no limite?

Essa semana assisti ao premiado Se nada mais der certo, do diretor José Eduardo Belmonte. O filme ganhou muitos prêmios ano passado, entre eles o de melhor filme, melhor roteiro e melhor atriz (Caroline Abras) no Festival do Rio de Janeiro.

Ao contrário do filmes de pobreza e favelas que vêm ganhando cenário no cinema nacional, Se nada mais de certo bota em pauta o desespero dos novos pobres. Os personagens do filme são tipos comuns do cotidiano ds cidades brasileiras. Um jornalista malsucedido, um taxista que não faz dinheiro e um "aviãozinho" que caminha por todos os mundos: podemos observar o forte conflito do filme em quase todas as cenas, o que o fez certamente ganhar o prêmio de melhor roteiro. Os personagens são pressionados e vemos a reação deles diante dos problemas e como eles vão reagir definem o próximo passo da trama. É um filme chocante, não por retratar a violência, mas sim por retratar as escolhas que as pessoas têm de fazer todos os dias em suas vidas. Essas escolhas fazem com que o público sinta a aflição dos personagens cena à cena. Brilhante!

Confesso que desacreditei no filme por causa do protagonista, Cauã Reymond, mas até que o galã se saiu bem e conduziu o espectador pela linha tênue que separa a razão do desespero. Outra figura que chamou a atenção foi o personagem Marcin (Caroline Abras), um ser quase mítico no meio da história. Mereceu levar o prêmio de melhor atriz.

De quebra, ainda cruzei no cinema com Selton Mello e Alessandra Negrini, que estavam por lá lançando o filme A erva do rato, de Júlio Bressane. Pelo que li, o filme se baseia em dois contos de Machado de Assis (meu Papa), entitulados "Um Esqueleto' e "A Causa Secreta". Segundo o diretor, "não é uma adaptação de Machado de Assis, e sim uma tradução em imagens de seu espírito". Parece que será minha próxima visita ao grande telão.

Abraços para que fica.

Guto Pina

Um comentário:

Guilherme de Carvalho disse...

Esses estão na minha lista dos próximos a ver na telona! Estamos vivendo um raro momento de fertilidade cinematográfica. Tomara que seja sempre assim daqui pra frente.
Grande abraço e saudades!