segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Novo site: Literatura no Brasil

Pessoal,

Finalmente, consegui colocar no ar um projeto antigo: um site sobre literatura, com notícias literárias, breves resenhas de livros, e muito conteúdo diário. O endereço é http://www.literaturanobrasil.com.br/

O site é um projeto meu com dois amigos de faculdade, o Guilherme de Carvalho e o Dênis Rubra. Com certeza, quem costumava acessar o Carioca Universal irá gostar bastante do Literatura no Brasil.

Lá, é possível acompanhar as postagens por email, digitando o email na barra lateral. Nada de spam, galera!

Então, com ficará humanamente impossível manter esse blog e o site ao mesmo tempo, peço que todos favoritem também o Literatura no Brasil. Existe também nossa página no Facebook e fizemos um Twitter que estão bem legais.

Bom, é isso. Ficarei com saudades do Carioca Universal, mas o Literatura no Brasil está aí para isso.

Abraços para que fica,

Guto Pina

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Três filmes e algumas considerações

Ontem, véspera de feriado e de folga do trabalho, numa segunda feira atípica e chuvosa, tivemos a idéia de ficar o dia inteiro em casa baixando filmes e assistindo. Acho que chegamos ao limite humano de 3 filmes em sequência. Escolhemos gêneros diversos para não ficar no marasmo.

O primeiro foi À Deriva, de Heitor Dhalia, com Débora Bloch e aquele francês que parece o Dr. House, Vincent Cassel. Sobre ele, é um filme que não se espera muito, e acaba não se recebendo muito. O mais legal mesmo é o último ponto de virada, já para o final, em que acontece uma reviravolta de verdade, saindo do típico para o inesperado.

Aliás, por coincidência ou não, os três filmes tinham seu ponto de virada bem definidos, com ênfase no último, na forma de surpresa geral da nação.

O segundo filme foi Lembranças, de Allen Coulter, diretor um tanto desconhecido, tendo dirigido quase que somente séries de TV americanas como Sex and the City, The Sopranos e Arquivo X. A trama é do jovem vampirinho bonitão com a Clair, de Lost. Por mais que eu tentasse, eu passei o filme todo achando que o rapaz ia criar dentes e sair mordendo todo mundo. Mas não, não era sobre vampiros dessa vez.

Depois de todo o clichê de comédia romântica americana, com um pouco de tragédia, temos nosso ponto de virada surpreendente, desta vez um desfecho que ninguém nunca poderia imaginar durante o filme inteiro. Chega a dar raiva, mas acho que essa era a intenção e o autor conseguiu atingi-la.

O terceiro e mais bem considerado merece revisão, visto que Morpheus já chamava há tempos. A Ilha do Medo, de Scorsese, com Di Caprio e Rufallo. É bem louco. Nada de genial e novo como contribuição para o cinema em si, mas a trama é muito bem arquitetada, e em uma certa hora já não sabemos mais o que é verdade. Esse realmente vale a pena rever e gastar mais 2h30min de sua vida embarcando para essa ilha.Na minha concepção, não chega a ser um filme de terror, nem muito de suspense, mas sim um filme de raciocínio.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O visconde partido ao meio

Estou terminando um dos clássicos de Italo Calvino, O visconde partido ao meio, de 1952. Comecei a lê-lo por puro ódio ao autor, que indiretamente me forçou a ler Por que ler os clássicos, uma reunião de seus ensaios sobre os autores preferidos, mas que não tinham muito a ver com o título do livro.

O mais interessante em O visconde... é o humor negro empenhado pelo autor, que brinca com catástrofes e assassinatos de forma hilária. No prefácio da 2ª edição, em sua 6ª reimpressão, existe uma carta que o autor escreveu ao estudante que lhe criticara, dizendo que Italo havia se rendido ao divertimento, ou algo assim.
Lembrei disso ao discutir sobre a função da literatura (que Humberto Eco não me ouça jamais) com meu amigo escritor Guilherme de Carvalho, onde um renomado professor nosso, também escritor, havia dito em sala que Machado de Assis fazia uma literatura exatamente com esse fim, o entretenimento.

Citei então para meu amigo o fim da carta de Italo Calvino no prefácio de O visconde partido ao meio, em que o autor afirma categoricamente:

(...) esta é a minha moral: alguém comprou o livro, despendeu dinheiro, investe parte de seu tempo nele, deve divertir-se. Não sou só eu que penso assim; por exemplo, também um escritor muito atento aos conteúdos como Bertolt Brecht dizia que a primeira função social de uma obra teatral era o divertimento. Penso que o divertimento seja uma coisa séria. (p.7)


De qualquer forma, sendo partidário ou não da literatura de entretenimento, vale a pena ler esse livro do tão estimado Italo Calvino.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Quando me apaixono

Ontem, domingão, fui assistir ao primeiro filme da atriz Helen Hunt como diretora. Ótimo. A trama é bem feita e a comédia anda de mãos dadas com o drama perfeitamente.

São dois os focos narrativos do filme. No primeiro, temos uma professora de 39 anos sendo largada repentinamente pelo marido, e que sonhava em ser mãe. 

Na segunda, temos uma professora que vê tudo na sua vida dando errado, sendo encontrada por sua mãe biológica, um tanto louca e apresentadora de um programa de televisão.

Helen Hunt, que interpreta a professora, se sai muito bem unindo esses dois focos com propriedade de diretora experiente, apesar de ser estreante.

O filme conta ainda com Matthew Broderick (eterno Curtindo a vida adoidado), Colin Firth e Bette Midler.

Confira o trailer e já seprograme para o fim de semana:


terça-feira, 27 de julho de 2010

Death Proof

Acompanhando os últimos filmes de Tarantino, fica cada vez mais evidente a maior marca do diretor, proporcionar catarse com o extermínio do antagonista. Ok, normal, nada muito novo na história da literatura e do cinema. Porém, a grande sacada é a carnificina, que eleva essa cartarse à décima potência. Quem não gostou de ver os americanos estourarem o crânio dos nazistas em Bastardos Inglórios? Quem não adorou o Bill tomando o super golpe cobra pai-meiziana e encontrar o Zé Maria?

Death Proof segue a mesma linha, apenas com um novo enredo. Tarantino resgatou Kurt Russell e fez mais um clássico. Apesar de ser de 2007 e ter sido exibido nos festivais do Rio de São Paulo, somente agora ele estreou comercialmente nos cinemas brasileiros.

Veja o trailer, vale a pena:

terça-feira, 6 de julho de 2010

A insegurança de Woody Allen

É bom saber que até os lendários são humanos e têm medo. Em entrevista recente à Telecine, Woody Allen se mostrou um tanto descontente com seus trabalhos.

Depois de fazer cerca de 40 filmes, o diretor/ator/cienasta afirma que tirando um ou dois, entre eles Matchpoint, ele nunca consegue assistir a seus filmes e não achar erros. Segundo Allen, ele sempre tenta fazer um Cidadão Kane, mas acaba por se desapontar e não gosta do resultado.

Demais essa entrevista. Vale a pena conferir o 1 minuto logo abaixo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Kindle

Essa semana, fui inquirido para falar sobre o impacto do Kindle (se não sabe o que é, clique aqui * vlw Carina) no mercado editorial e como esse aparelhinho (diminutivo nada afetivo) pode virar tendência também no Brasil.

OK, com certeza vai virar tendência nos EUA, na Europa talvez, mas no Brasil? Sem querer ser Mãe Diná, mas já dando meus pitacos sobre o futuro, acho muito difícil que vire tendência assim tão fácil.
Por mais que a elite brasileira tente se manter nas tendências ditadas pelos americanos, nosso grande país não é formado somente por elite (óbvio). Temos também o pessoal que pega ônibus, que anda a pé, que tem receio e insegurança. Esse é o primeiro argumento para dizer que, quem em sã consciência vai pegar um ônibus com um aparelho do tamanho de um livro que custa mais que um Ipod? Como costumo fazer minhas leituras nos coletivos, eu mesmo não seria tão corajoso. Só vingou realmente com o Ipod porque ele é pequeno e dá para esconder no bolso. Como vou esconder meu Kindle na mochila?!

Tá, mas e a praticidade de levar uma biblioteca inteira em um só aparelho? Vejamos, quem se lembra do velho Discman? Era um barato, você podia escutar seu CD em qualquer lugar. Com os livros é bem parecido; você consegue levar seu livro na bolsa e ler na hora que for mais cômodo. Porém, vieram os mp3 e os Ipods para destruir o velho Discman e deram a possibilidade de guardar uma discoteca inteira em um aparelho só. Você pode estar afim de ouvir 30 músicas de artistas e ritmos diferentes enquanto está caminhando, dirigindo, viajando, correndo. Perfeito. Mas diga, quantos livros diferentes você vai querer ler durante uma viagem de 30 minutos? Um romance simples de 200 páginas eu costumo ler em um fim de semana inteiro livre, ou 3 semanas de viagens de ônibus. Acabou o livro, voltou pra preteleira e eu peguei outro. Por mais que eu esteja lendo 3 livros ao mesmo tempo, um técnico, um romance e um romance diferente para a faculdade, jamais precisarei dos 3 na minha mochila, muito menos de 1500.

Outro argumento seria o incômodo que é ler em aparelhos como Iphone e semelhantes. Porém, o Kindle não emite luz, e tem uma e-ink parecida com aquele quadro mágico para crianças, que não força a vista. Hoje, a tecnologia ainda está precária, como se fosse aquele velho celular analógico. Não existe tinta colorida e ainda demora um pouco pra passar de uma página para a outra. Dessa forma, não é possível ver gravuras, nem as belas capas que os livros costumam ter. Em breve, os cientistas vão melhorar isso aí, não tenho dúvidas. Daí eu me pergunto, como eu vou ganhar um livro de presente? Como eu vou levar meu livro para o escritor autografar? Como eu vou sentir o papel, constatar a qualidade dele, ler a sobrecapa? Como vou tentar ler o título do livro que a pessoa próxima, desconhecida, está lendo e alimentar minha curiosidade? Onde vai ficar todo o charme de mais de 500 anos de tradição?

Com autores estrangeiros aderindo cada vez mais a essa tecnologia e forçando as editoras brasileiras a produzi-la, menos livros físicos no mercado, mais visitas aos sebos. Simples assim.

Pode ser que daqui a 9 anos eu leia esse post e cave um buraco no chão para enfiar minha cabeça, mas pode ser que daqui a 9 anos eu preveja o novo Apocalipse. Quem sabe?

Abraço para quem fica,

Guto Pina