terça-feira, 7 de setembro de 2010

Três filmes e algumas considerações

Ontem, véspera de feriado e de folga do trabalho, numa segunda feira atípica e chuvosa, tivemos a idéia de ficar o dia inteiro em casa baixando filmes e assistindo. Acho que chegamos ao limite humano de 3 filmes em sequência. Escolhemos gêneros diversos para não ficar no marasmo.

O primeiro foi À Deriva, de Heitor Dhalia, com Débora Bloch e aquele francês que parece o Dr. House, Vincent Cassel. Sobre ele, é um filme que não se espera muito, e acaba não se recebendo muito. O mais legal mesmo é o último ponto de virada, já para o final, em que acontece uma reviravolta de verdade, saindo do típico para o inesperado.

Aliás, por coincidência ou não, os três filmes tinham seu ponto de virada bem definidos, com ênfase no último, na forma de surpresa geral da nação.

O segundo filme foi Lembranças, de Allen Coulter, diretor um tanto desconhecido, tendo dirigido quase que somente séries de TV americanas como Sex and the City, The Sopranos e Arquivo X. A trama é do jovem vampirinho bonitão com a Clair, de Lost. Por mais que eu tentasse, eu passei o filme todo achando que o rapaz ia criar dentes e sair mordendo todo mundo. Mas não, não era sobre vampiros dessa vez.

Depois de todo o clichê de comédia romântica americana, com um pouco de tragédia, temos nosso ponto de virada surpreendente, desta vez um desfecho que ninguém nunca poderia imaginar durante o filme inteiro. Chega a dar raiva, mas acho que essa era a intenção e o autor conseguiu atingi-la.

O terceiro e mais bem considerado merece revisão, visto que Morpheus já chamava há tempos. A Ilha do Medo, de Scorsese, com Di Caprio e Rufallo. É bem louco. Nada de genial e novo como contribuição para o cinema em si, mas a trama é muito bem arquitetada, e em uma certa hora já não sabemos mais o que é verdade. Esse realmente vale a pena rever e gastar mais 2h30min de sua vida embarcando para essa ilha.Na minha concepção, não chega a ser um filme de terror, nem muito de suspense, mas sim um filme de raciocínio.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O visconde partido ao meio

Estou terminando um dos clássicos de Italo Calvino, O visconde partido ao meio, de 1952. Comecei a lê-lo por puro ódio ao autor, que indiretamente me forçou a ler Por que ler os clássicos, uma reunião de seus ensaios sobre os autores preferidos, mas que não tinham muito a ver com o título do livro.

O mais interessante em O visconde... é o humor negro empenhado pelo autor, que brinca com catástrofes e assassinatos de forma hilária. No prefácio da 2ª edição, em sua 6ª reimpressão, existe uma carta que o autor escreveu ao estudante que lhe criticara, dizendo que Italo havia se rendido ao divertimento, ou algo assim.
Lembrei disso ao discutir sobre a função da literatura (que Humberto Eco não me ouça jamais) com meu amigo escritor Guilherme de Carvalho, onde um renomado professor nosso, também escritor, havia dito em sala que Machado de Assis fazia uma literatura exatamente com esse fim, o entretenimento.

Citei então para meu amigo o fim da carta de Italo Calvino no prefácio de O visconde partido ao meio, em que o autor afirma categoricamente:

(...) esta é a minha moral: alguém comprou o livro, despendeu dinheiro, investe parte de seu tempo nele, deve divertir-se. Não sou só eu que penso assim; por exemplo, também um escritor muito atento aos conteúdos como Bertolt Brecht dizia que a primeira função social de uma obra teatral era o divertimento. Penso que o divertimento seja uma coisa séria. (p.7)


De qualquer forma, sendo partidário ou não da literatura de entretenimento, vale a pena ler esse livro do tão estimado Italo Calvino.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Quando me apaixono

Ontem, domingão, fui assistir ao primeiro filme da atriz Helen Hunt como diretora. Ótimo. A trama é bem feita e a comédia anda de mãos dadas com o drama perfeitamente.

São dois os focos narrativos do filme. No primeiro, temos uma professora de 39 anos sendo largada repentinamente pelo marido, e que sonhava em ser mãe. 

Na segunda, temos uma professora que vê tudo na sua vida dando errado, sendo encontrada por sua mãe biológica, um tanto louca e apresentadora de um programa de televisão.

Helen Hunt, que interpreta a professora, se sai muito bem unindo esses dois focos com propriedade de diretora experiente, apesar de ser estreante.

O filme conta ainda com Matthew Broderick (eterno Curtindo a vida adoidado), Colin Firth e Bette Midler.

Confira o trailer e já seprograme para o fim de semana:


terça-feira, 27 de julho de 2010

Death Proof

Acompanhando os últimos filmes de Tarantino, fica cada vez mais evidente a maior marca do diretor, proporcionar catarse com o extermínio do antagonista. Ok, normal, nada muito novo na história da literatura e do cinema. Porém, a grande sacada é a carnificina, que eleva essa cartarse à décima potência. Quem não gostou de ver os americanos estourarem o crânio dos nazistas em Bastardos Inglórios? Quem não adorou o Bill tomando o super golpe cobra pai-meiziana e encontrar o Zé Maria?

Death Proof segue a mesma linha, apenas com um novo enredo. Tarantino resgatou Kurt Russell e fez mais um clássico. Apesar de ser de 2007 e ter sido exibido nos festivais do Rio de São Paulo, somente agora ele estreou comercialmente nos cinemas brasileiros.

Veja o trailer, vale a pena:

terça-feira, 6 de julho de 2010

A insegurança de Woody Allen

É bom saber que até os lendários são humanos e têm medo. Em entrevista recente à Telecine, Woody Allen se mostrou um tanto descontente com seus trabalhos.

Depois de fazer cerca de 40 filmes, o diretor/ator/cienasta afirma que tirando um ou dois, entre eles Matchpoint, ele nunca consegue assistir a seus filmes e não achar erros. Segundo Allen, ele sempre tenta fazer um Cidadão Kane, mas acaba por se desapontar e não gosta do resultado.

Demais essa entrevista. Vale a pena conferir o 1 minuto logo abaixo.