terça-feira, 31 de agosto de 2010

O visconde partido ao meio

Estou terminando um dos clássicos de Italo Calvino, O visconde partido ao meio, de 1952. Comecei a lê-lo por puro ódio ao autor, que indiretamente me forçou a ler Por que ler os clássicos, uma reunião de seus ensaios sobre os autores preferidos, mas que não tinham muito a ver com o título do livro.

O mais interessante em O visconde... é o humor negro empenhado pelo autor, que brinca com catástrofes e assassinatos de forma hilária. No prefácio da 2ª edição, em sua 6ª reimpressão, existe uma carta que o autor escreveu ao estudante que lhe criticara, dizendo que Italo havia se rendido ao divertimento, ou algo assim.
Lembrei disso ao discutir sobre a função da literatura (que Humberto Eco não me ouça jamais) com meu amigo escritor Guilherme de Carvalho, onde um renomado professor nosso, também escritor, havia dito em sala que Machado de Assis fazia uma literatura exatamente com esse fim, o entretenimento.

Citei então para meu amigo o fim da carta de Italo Calvino no prefácio de O visconde partido ao meio, em que o autor afirma categoricamente:

(...) esta é a minha moral: alguém comprou o livro, despendeu dinheiro, investe parte de seu tempo nele, deve divertir-se. Não sou só eu que penso assim; por exemplo, também um escritor muito atento aos conteúdos como Bertolt Brecht dizia que a primeira função social de uma obra teatral era o divertimento. Penso que o divertimento seja uma coisa séria. (p.7)


De qualquer forma, sendo partidário ou não da literatura de entretenimento, vale a pena ler esse livro do tão estimado Italo Calvino.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Quando me apaixono

Ontem, domingão, fui assistir ao primeiro filme da atriz Helen Hunt como diretora. Ótimo. A trama é bem feita e a comédia anda de mãos dadas com o drama perfeitamente.

São dois os focos narrativos do filme. No primeiro, temos uma professora de 39 anos sendo largada repentinamente pelo marido, e que sonhava em ser mãe. 

Na segunda, temos uma professora que vê tudo na sua vida dando errado, sendo encontrada por sua mãe biológica, um tanto louca e apresentadora de um programa de televisão.

Helen Hunt, que interpreta a professora, se sai muito bem unindo esses dois focos com propriedade de diretora experiente, apesar de ser estreante.

O filme conta ainda com Matthew Broderick (eterno Curtindo a vida adoidado), Colin Firth e Bette Midler.

Confira o trailer e já seprograme para o fim de semana: