Essa música diz bem o que fizeram com a nossa língua brasileira. Sei bem que muitos penaram na escola para aprender diversas regras de acentuação, e agora não fazem a menor idéia (uso afetivo do acento) de como são acentuadas as palavras. Estão tentando unificar a língua portuguesa (muito nobre isso), mas os prezados se esqueceram que quem faz a língua são os falantes, e não a gramática. A gramática normativa, quanto conjunto de regras, apenas ilustra o que se é falado em uma determinada língua. O mais importante é a gerativa, que está dentro de nós. A dupla ortografia e pronúncia de algumas palavras é prova disso que acabo de afirmar.
Palavras como bebê, agora podem ser grafadas como bebé, e pronunciadas como tal. Purê, bidê e nenê estão no mesmo caso. Ora, mas que coisa mais feia chamar um bebê de bebé.
Jóia já não tem mais o mesmo glamour de antes. Agora é simplimente joia.
As paroxítonas (proparoxítonas continuam sempre sendo acentuadas) homógrafas de palavras proclíticas (consultar Azeredo, Bechara ou Cunha) não ganham mais o acento diferencial! E eu que me gabava tanto por saber usar essa regra... Ele não pára de falar. (incorreto)
Mas aconteceu um assalto que mexeu fundo na minha alma: o Trema. Diria que foi mais que um assalto, foi um latrocínio. Mataram o coitado do nosso trema. Ele, que já não andava muito tranqüilo (mais afetivo do que nunca) com o nosso mundo conturbado. Quem teve sorte foi a Gisele. Sempre terá no nome o nosso ilustre companheiro que já não está mais entre nós (a não ser que bebamos cervejas importadas como München, Kölsch). Agora, além de falarmos com intusiasmo por sermos a pátria de uma das mulheres mais lindas do mundo (quiçá a mais), teremos satisfação de pronunciar o trema em Bündchen.
Acontecia de ler obras um pouco antigas, como Machado, José de Alencar e perceber que a acentuação era diferente naquela época. Agora, me espanto em pensar que em alguns anos alguém poderá ler meus textos e pensar: texto antigo esse.
Então, guardo os relatos para a posteridade. Fomos assaltados. Roubaram algumas de nossas regras que tanto sofremos para reter.
É isso.
Até a próxima.
Abraços para quem fica!
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Assalto à Gramática Brasileira
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Sobre rock e agregados
Caetano, brilhantemente, fez comentários acerca do primeiro álbum solo de Marcelo Camelo, que já está há algum tempo em circulação, e do álbum da nova banda de Rodrigo Amarante, a Little Joy, que foi lançado no fim do ano passado.
Quase que de antemão, informo que o Little Joy fará shows em Porto Alegre (27/1, Bar Opinião), São Paulo (28/1, Clash Club), Belo Horizonte (30/1, Festival Freegels) e Rio de Janeiro (6/2, Circo Voador). No Circo a meia entrada está custando 60 reais.
Mais de antemão ainda, o Los Hermanos está se juntando novamente, depois de 18 meses, para tocar no mesmo festival que está trazendo o excelente Radiohead nos dias 20/03 (Rio de Janeiro) e 22/03 (São Paulo), e os ingressos estão custando 100 a meia entrada, vendidos no http://www.ingressos.com.br/
Creio que não perderei nenhum dos dois.
Pessoal,
Comentários e críticas, pertinentes ou não, serão sempre bem vindas, afinal, o que seria de nós se não pudéssemos expressar nossas opiniões, mesmo que ninguém as queira ouvir?
Até a próxima semana.
Abraços para quem fica.